Maiacóvski (1)/Iessienin (2)

Hoje, dando uma aula sobre teatro russo e a transição de Stanislávski para Meierhold, lembrei dos últimos versos da “Ode a Serguei Iessienin”, que Maiacóvski escreveu depois do suicídio de seu amigo, jovem e impetuoso poeta. Eis os versos, lindos, tristes e atuais:
“Para o júbilo, o planeta está imaturo.
Nesta vida, morrer não é difícil.
O difícil é a vida em seu ofício”.
A tradução, se não me falha a memória, é da trinca de concretistas, Décio Pignatari (3) e os irmãos Haroldo (4) e Augusto de Campos(5) .

Escrito por Alberto Guzik às 17h22

(1) Vladimir Vladimirovitch Mayakovsky Bagdadi, 1893 – Moscou 1930) foi um poeta, dramaturgo e teórico russo, frequentemente citado como um dos maiores poetas do século XX. Revolucionário na forma e no conteúdo, teve em Meyerhold seu grande parceiro, o encenador de seus textos mais importantes. Não resistiu à degenaração da Revolução Russa e a consequente censura e mesmo perseguição e morte dos artistas que não se adequaram `as regras impostas pelo governo e pelo partido. Suicidou-se. Sua obra teatral entrou num limbo do qual só sairia com a relativa abertura nos anos 60.

(2) Seguei Alexandrovith Iessenin ( Konstantinovo, 1895/Lenigrado, 1925). Poeta russo, camponês, filho de camponeses, aderiu com todo seu talento e ardor à Revolução Russa. Dececpcionado e deprimido, enforcou-se.

(3) Décio Pignatari. (Jundiai, 1927/São Paulo, 2012). Desde os anos 1950, realizava experiências com a linguagem poética, incorporando recursos visuais e a fragmentação das palavras. Tais aventuras verbais culminariam na Poesia Concreta, movimento estético que fundou junto com Augusto e Haroldo de Campos, com quem editou as revistas Noigandres e Invenção e publicou a Teoria da Poesia Concreta (1965). Como teórico da comunicação, traduziu obras de Marshall McLuhan e publicou o ensaio Informação, Linguagem e Comunicação (1968). Sua obra poética está reunida em Poesia Pois é Poesia (1977). Décio Pignatari publicou traduções de Dante Alighieri, Goethe e Shakespeare, entre outros, reunidas em Retrato do Amor quando Jovem (1990) e 231 poemas. Publicou se primeiro livro de poesias em 1950 “Carrossel“, o volume de contos O Rosto da Memória (1988) e o romance Panteros (1992), além de uma obra para o teatro, Céu de Lona. Do grupo concretisma era o de mais sólida formação teórica.

(4) Haroldo de Campos ( São Paulo, 1929/2003). Poeta e tradutor. Um dos fundadores da Poesia Concreta, deixou obra extensa como autor e tradutor – além de ter influenciado gerações de poetas e estudiosos da area. Grande agitador, era a face mais visível do grupo, não se furtando a polêmicas.

(5) Augusto de Campos ( São Paulo, 1931) Poeta, tradutor e ensaista. Formou com Décio Pignatari e Haroldo de Campos a santíssima trindade da vanguarda paulista dos anos 50 e 60. Do trio é o mais discreto – e, talvez, o melhor poeta. Tem parcerias com Caetano Veloso e Arrigo Barnabé. http://www2.uol.com.br/augustodecampos/

 

 

 

 

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