Biografia

Nascido em São Paulo, em 1944, Alberto Guzik estreia no teatro aos cinco anos, em “Peter Pan”, no Teatro Escola São Paulo, dirigido por Tatiana Belinki e Júlio Gouvêa.

Atua no teatro amador até ser admitido, em 1964, como aluno de Interpretação na Escola de Arte Dramática (EAD), dirigida por Alfredo Mesquita. Conclui o curso em 1966 e, um ano depois, forma-se em Direito pela Universidade Mackenzie. Titula-se Mestre em Teatro, pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), em 1982, com um estudo sobre o Teatro Brasileiro de Comédia, orientado por Sábato Magaldi.

Em 1967, encena sua primeira montagem profissional: “O Café”, de Mário de Andrade. Logo após, inicia sua carreira pedagógica no Departamento de Teatro da ECA e na EAD, onde, além de lecionar, de 1968 a 1980, dirige os espetáculos “A Centelha”, biografia do maestro e dramaturgo Abdon Milanez, “Antígona”, de Sófocles, e “As Feiticeiras de Salém”, de Arthur Miller.

Envereda pelo campo da reflexão e da produção intelectual a partir de 1971, momento em que passa a escrever críticas teatrais para os jornais Shopping News e Última Hora e para as revistas Senhor, Vogue e IstoÉ. Em 1984, por indicação de Sábato Magaldi, é convidado a ingressar no Jornal da Tarde como crítico colaborador. Torna-se crítico efetivo do JT em 1989, mesmo ano em que é incorporado à equipe de reportagem, onde permanece até junho de 2001, atuando como crítico teatral e repórter especial.

No mesmo período, escreve para o Caderno 2 do jornal O Estado de S. Paulo, colabora com a Revista Bravo!, o jornal Valor Econômico, o site Aplauso Brasil e outras publicações, e ainda participa do programa Metrópolis, da TV Cultura, como comentarista teatral.

Além de sua extensa produção jornalística, Alberto também integra a equipe de curadores do Festival de Teatro de Curitiba em sua primeira edição, em 1992, participando de outras 10 edições do evento.

Expande seu campo de ação para além do jornalismo e, como dramaturgo, escreve “Um Deus Cruel”, montagem encenada por Alexandre Stockler, em 1997, estreada em Curitiba e indicada ao Prêmio Shell.

Na sequência, assina tradução e dramaturgia de “Mãe Coragem”, de Bertolt Brecht. O espetáculo, dirigido por Sérgio Ferrara e protagonizado por Maria Alice Vergueiro, estreou no Festival de Curitiba, em 2002.

Em junho do mesmo ano, dentro da Mostra de Dramaturgia do Sesi, estreia novo biografia de sua autoria, “Errado”, dirigido por Sérgio Ferrara, com Renato Borghi à frente do elenco.

Depois de quase 40 anos sem pisar no palco, em agosto de 2003, retoma sua carreira de ator. O retorno se dá com a peça “O Horário de Visita”, de Sérgio Roveri, com direção de Ruy Cortez, no Teatro do Centro da Terra.

2004 foi um ano de intensa atividade para Guzik. A data marca sua entrada na Cia. de Teatro Os Satyros, integrando o elenco de “Kaspar ou a Triste História do Pequeno Rei do Infinito Arrancado de sua Casca de Noz”, encenada no Espaço dos Satyros Um, na Praça Roosevelt.

Em maio do mesmo ano, dirige, também no Satyros, “O Encontro das Águas”, de Sérgio Roveri, com José Roberto Jardim e Pedro Henrique Moutinho. Dois meses depois, outra direção, dessa vez em parceria com Wilma de Souza: “A Voz do Povo é a Voz de Zé”, de Marcelino Freire com Olívia Araújo e Fabrício Gareli, encenada no Avenida Club. E, em setembro, novamente como ator, divide o palco com Ivam Cabral e elenco de “Transex”, de Rodolfo García Vázquez.

Em seguida, participa do premiado espetáculo “A Vida na Praça Roosevelt”, de Dea Loher, e dirige “O Céu É Cheio de Fúria dos Uivos e Latidos dos Cães da Praça Roosevelt”, de Jarbas Capusso Filho, e “De Alma Lavada”, de Sérgio Roveri.

Seus próximos trabalhos como ator são: “Inocência” (2006) e “Divinas Palavras” (2007), “Vestido de Noiva” e “Liz” (2008), todos sob direção de Rodolfo García Vázquez. E, em 2009, se aventura em um solo: “Monólogo da Velha Apresentadora”.

Sua carreira como ator, porém não se restringe ao teatro. Guzik também flerta com a televisão. Entre 2007 e 2009, participa dos teleteatros “O Vento nas Janelas” e “A Noiva” e da minissérie “Além do Horizonte”, todos produzidos e exibidos pela TV Cultura.

Sua trajetória artística se completa com sua obra literária, tão múltipla quanto seus talentos. Além de “Risco de Vida”, romance publicado pela Editora Globo, em 1995,  e indicado ao Prêmio Jabuti, escreve o ensaio “TBC: Crônica de um Sonho”, lançado pela Editora Perspectiva, em 1986, e “Paulo Autran/Um Homem no Palco”, da Editora Boitempo, em 1998, vencedor do Prêmio Jabuti de livro-reportagem. Em junho de 2002, lança, pela Editora Iluminuras, seu primeiro livro de contos, “O Que É Ser Rio, e Correr?”.

Conclui para a Coleção Aplauso os livros “Cia. de Teatro Os Satyros – um Palco Visceral” (2006), “Naum Alves de Souza: Imagem, Cena, Palavra” (2009)  e “O Teatro de Alberto Guzik” (2009), com quatro peças de sua autoria: “Um Deus Cruel”, “Cansei de Tomar Fanta”, “Errado” e “Na Noite da Praça”.

Em 2009, dois novos projetos: trabalha em uma nova obra de ficção, “Um Palco Iluminado”, romance ainda inédito que enfoca a vida de uma companhia teatral em São Paulo entre as décadas de 1960 e 1990,  e assume a Direção Pedagógica da SP Escola de Teatro – Centro de Formação das Artes do Palco, Instituição que ajudou a criar.